05 -Detetive Baker Street, em um caso de fantasmas ...
05 -Detetive Baker Street em um caso de fantasmas.
Estávamos um tanto desanimados no escritório da nossa agencia
Baker Street, e passando os olhos pelas notícias atuais no portal do Estadão,
deparamos com uma notícia que afirmava que o STJ Superior Tribunal de Justiça,
havia publicado um entendimento que considerava crime de extorsão por grave
ameaça, entendendo-se por grave ameaça a execução de magia negra, através da
qual a meliante obteve vantagem monetária indevida de sua vítima.
Assim, recordamos de um caso, que investigamos há cerca de 10
anos, que hoje com certeza podemos contar, observo que, como sempre, nomes,
locais e datas, foram trocados para preservar as pessoas envolvidas, mas os
fatos e atitudes foram reais e assim submeto ao crivo de sua razão.
Vivíamos o ano de 2007, a capital paulista o verão dava adeus,
após muitos dias de calor, no palco político nacional o então presidente Lula
acabara de ser reeleito e exercia o seu segundo mandato, o mês era o de marco
que é quando as coisas economicamente falando, passam a funcionar neste país.
Coloco o amigo leitor na atmosfera que vivíamos, para que possam
compreender os fatos a seguir; fomos procurados por um Empresário do setor de
construção civil, chamado Pablo; argentino, engenheiro civil, e dono de uma
Empresa construtora, que realizava dentre outros trabalhos a construção de um
grande templo evangélico aqui na capital paulista, uma obra milionária que anos
depois teve a sua inauguração cercada de luxo e badalação; mas aí já e outra
história.
Como sempre, o cliente nos contata e marcamos uma consulta, com
o Pablo não foi diferente, e após a marcação desta consulta, realizamos os
levantamentos preliminares e ao encontra-lo em nosso escritório, já tínhamos a
ideia de que Pablo era empresário, 50 anos, casado há 30 anos com Franciele com
quem tinha 02 filhos, um rapaz de 30 e uma moca de 27.
Na hora aprazada, toca o interfone e sobe o Pablo, um homem
alto, gordo e careca, trajando um terno escuro, e bem cortado, óculos escuros e
muito abatido; após os cumprimentos cordiais, pedi que ele se sentasse em uma
aconchegante cadeira, especialmente colocada à frente da minha mesa, onde as
pessoas relaxam e ficam mais à vontade para exporem seus problemas; quando ele
toma a palavra:
-Meu nome e Pablo, como podem reparar eu não sou brasileiro, sou
argentino, empresário do ramo da construção, e enfrento um problema muito grave
em minha casa, sou casado com Franciele há 30 anos, temos dois filhos, e há
alguns meses, minha construtora fechou um grande contrato com uma igreja
evangélica, da capital paulista, para a construção de um mega templo ; passamos
a viver quase que exclusivamente para este grandioso projeto; trabalhamos cerca
de 16 horas por dia, digo trabalhamos pois minha esposa também estava integrada
a este projeto; nunca fomos muito religiosos, somos católicos por tradição, mas
quando iniciamos as tratativas para conseguirmos esse milionário contrato,
passamos a nos relacionar muito intensamente com os seus pastores dirigentes,
ai começaram nossos problemas, moramos em um confortável apartamento no bairro
de Moema, aqui em São Paulo, apartamento de 400 metros quadrados, bem amplo e
espaçoso, nos mudamos da cidade de Buenos Aires onde morávamos em 2003; em meio
a uma aguda crise que assolava a Argentina, viemos sediar nossa empresa
familiar aqui em são Paulo, junto com os nossos filhos, o Pedro e a Isabel,
observo que o Pedro casou-se aqui e mudou-se em 2006, embora continue
trabalhando comigo, e a Isabel no ano passado foi morar nos EUA para estudar e
especializar-se; conto isso porque exatamente nos meados de outubro do ano
passado, coincidiu a assinatura do contrato com a mudança da Isabel para os
EUA. Atravessamos juntos a fase de negociações até a implantação do projeto
propriamente dito; envolvidos na implantação do projeto passamos a visitar a
sede da igreja quase que diariamente e seguir um culto semanal, para melhor nos
posicionarmos perante o projeto, nos envolvemos emocionalmente com um casal de
pastores dirigentes da obra chamados Estevam e Leticia , que nos incluíram em
um grupo de casais que, segundo eles realizavam uma poderosa corrente
espiritual denominada “casamento blindado”; passamos por diversas aulas e
cultos; e foi justamente ai que começou o meu drama! – continuou Pablo desta
vez dominado pela emoção, deixou-se cair na cadeira em prantos; imediatamente o
amparamos e servimos o nosso famoso café da “calma”, oferecemos um lenços e
aguardamos que ele se recompor e prosseguir a sua narrativa.
-Franciele, sempre foi uma mulher muito bonita e elegante, com
seus atuais 50 anos, nem aparenta a idade que possui, sempre vivemos uma
relação muito apaixonada, em todos os sentidos, nestes 30 anos nunca
protagonizamos brigas, ciúmes ou traições. Contudo, no último mês percebi algo
muito estranho, Franciele passou a se distanciar, suas dúvidas e discussões
passaram a ser frequentes, começou a controlar minha agenda e indagar “onde eu
estava” a cada hora, como se eu tivesse algo a esconder; notei também que a Sra.
Leticia, esposa do Estevam, passou a me encontrar diariamente, algumas vezes
sua visita coincide com meu horário de almoço, como que me obrigando a almoçarmos
juntos; ela sempre muito educada, e sensual acabei por notar que ela, com
frequência queixava-se do esposo ausente, e me elogiava com frequência dizendo
que a Franciele tinha muita sorte de ter-me como esposo, foi quando notei que
ela estava me “paquerando”, e como sempre fui uma pessoa muito franca,
esclareci que sou casado, e amo minha esposa, logicamente ela negou e
desculpou-se dizendo que não era essa a sua intenção. Nestes mesmos dias notei
que o Estevam, conversava muito com Franciele, conversas reservadas e inclusive
por mensagens telefônicas.
Exatamente nestes dias, percebi que Franciele estava muito
ligada à Igreja dirigida por Estevam e Leticia, frequentava cultos assiduamente
e chegou a afirmar que Deus tinha um proposito para a sua vida, e inclusive eu
acabaria por compreendê-lo. Eu estava muito ocupado, nestes dias com as obras
que planejávamos e Franciele começou a atrasar-se e por vezes faltar ao
trabalho, foi quando dei por conta que U$ 20 mil estavam faltando em nosso
cofre pessoal que fica em meu quarto, este dinheiro, todos da família
guardávamos para uma viagem que faríamos juntos, quando do final do contrato da
construção do templo. Indaguei a Franciele, sobre o dinheiro e ela me disse que
não sabia de nada, disse ainda que talvez eu mesmo teria tirado de lá, e agora
queria culpá-la disso.
Este fato, ocorreu na quarta feira passado, há exatamente uma
semana, quando foi na sexta feira, ela negou-se a sair de casa, dormiu o dia
inteiro, e se diz doente, não saiu nem para ir à Igreja, que tanto gostava
ultimamente; e até hoje não mais saiu de casa, alimenta-se muito pouco, não
quer conversar e nem ir ao médico ou recebe-lo.
Eis o meu problema, desejo que descubra o que aconteceu com ela,
para ela chegar neste estado, se os pastores têm algo a ver com isso; preciso
muito da sua ajuda! – completou Pablo.
Após a sua declaração, Miriam a minha assistente levanta e pede
licença a fim de servir, como sempre falamos, o “café da sabedoria”; e olhando
nos olhos do Pablo passei o seguinte planejamento:
-Sugiro, a princípio de que investiguemos o “sumiço” do dinheiro
do seu cofre pessoal, pois este fato com certeza estará intimamente ligado ao
estado que a Franciele se encontra neste momento, a sua relação com Estevam e
Leticia, para juntos definirmos a estratégia e o comportamento a serem
seguidos.
Pablo concordou de imediato, e realizadas as tratativas de
contratação, sugerimos que imediatamente analisemos o computador que ela
utiliza no escritório, seu notebook pessoal e a análise de suas chamadas
telefônicas.
Na manhã seguinte, Pablo nos deu acesso aos computadores e a
movimentação telefônica de Franciele, e os nossos especialistas passaram a
analisar, para a nossa surpresa no notebook encontramos uma “pasta” oculta e
denominada TRAIDOR ; esta pasta continha fotos e vídeos dos almoços do Pablo
com a Leticia, observo que em nenhuma foto eles demonstram intimidade, porem
havia um relatório assinado por uma agencia de detetives aqui de São Paulo, que
concluía que havia presenciado “sem registrar” o suposto envolvimento de Pablo
com a Leticia; relatório datado de dois dias antes do sumiço do dinheiro.
Observamos ainda que nestes dois dias subsequentes o extrato telefônico da
Franciele continha mais de 20 ligações telefônicas entre ela e Estevam e que na
mesma noite se encontraram após o culto e permaneceram, segundo outros fiéis, trancados
por quase duas horas na sala do Estevam.
Passamos a investigar o passado de Estevam e Leticia.
O pastor Estevam na verdade era Joao Carlos e utilizava o nome
de Estevam após a sua conversão para a Igreja, possuía uma extensa ficha
criminal, envolvendo fraudes, estelionato e até mesmo sequestro, havia sido
preso e cumprido pena de 7 anos no interior de São Paulo, onde conheceu Leticia
que era filha de um companheiro de cárcere de Estevam; que acabaram namorando e
casando-se em seguida.
Agora precisávamos saber o que de fato ocorreu, se Franciele entregou
o dinheiro a Estevam, e o que mais haveria nesta trama.
Combinamos com Pablo, que ele deveria prosseguir normalmente em
seu trabalho e sua relação com Estevam e Leticia, como se nada tivesse
ocorrido, quando perguntavam por sua esposa, deveria dizer que ela estava
indisposta e havia viajado para encontrar a sua filha nos Estados Unidos, e
neste tempo de tratamento deveríamos restringir as chamadas dos meliantes, ou
de pessoas desconhecidas para Franciele, logicamente sem que ela soubesse,
bloqueamos tais chamadas nos dias que se seguiriam.
Pedimos para o Pablo que nos apresentassem para o casal
malfeitor, como ricos empresários do ramo de serviços, em nossas pesquisas
percebemos que o casal nunca havia tido contato com o estado do Paraná, assim
nos apresentamos como sendo proprietários de uma grande rede de restaurantes
que estaríamos abrindo filiais em São Paulo, e nos mudando rapidamente para
esta cidade onde não conhecíamos ninguém, ambos evangélicos e com filhos já
crescidos e netos, mas sem amigos ou parentes em São Paulo, assumimos assim a
característica preferida dos malfeitores.
Esclareço que para assumirmos tais papeis, envolve toda uma
preparação de sites, notícias, redes sociais, que por certo credenciam-nos
perante as famigeradas buscas superficiais dos malfeitores com relação a
próxima vítima.
Fomos a igreja, e rapidamente fizemos amizade com o casal, fiquei
amigo do Estevam e minha assistente Miriam ficou, como gostamos de dizer “amiga
de infância” da Leticia.
Dentro desta relação, eu sempre que podia falava com Estevam
sobre “farras e infidelidade”, como aproveitar a vida com amantes e
prostitutas, o que ele concordava e ainda utilizava o jargão “afinal somos
homens, e podemos tudo”; já com Leticia a minha assistente adotou a posição de
esposa traída, disse que sabia que eu tinha amantes, mas mesmo assim esperava
que a religião me concertasse, que eu mudasse de comportamento a qualquer
custo, uma vez que gratidão para ela, muito rica, não seria problema desde que
atingissem os objetivos.
Quase que imediatamente Leticia, mordeu a isca, convidou a
Miriam para uma forte “corrente de oração” chamada casamento blindado, e ao
final do dia, chamou-a na sala e disse que tinha uma saída, para o problema que
ela enfrentava, nem preciso dizer que em uma operação como está; todas as
conversas e encontros são gravados e monitorados; Leticia propôs realizar um
trabalho de magia e bruxaria, que vulgarmente chama de “amarração para o amor”,
que uma vez realizado, no caso “eu” o marido ficaria dominado pelas forças do
além, para nunca mais a trair e nem sequer olhar para outras mulheres.
Claro que para isto tudo, ela teria de arcar com o custo do
trabalho, que tudo seria extremamente sigiloso, ela pagaria a quantia de 3 mil
reais, e somente depois se o trabalho “desse certo”, ela poderia recompensar a
pessoa com mais dez mil reais.
Miriam concordou de imediato, alegou não possuir o valor em
espécie, e pegou a conta bancária de Leticia para um deposito no dia seguinte;
Leticia prometia o resultado da “amarração” em dois dias; e assim no dia
seguinte foi realizado o deposito na conta bancaria da Leticia.
A partir do dia seguinte, eu sai de cena, aleguei para meu novo
amigo Estevam que iria viajar a negócios e ficaria fora por um tempo, havíamos
alugado um apartamento mobiliado no bairro dos Jardins, apenas por alguns dias,
pois tínhamos a certeza de que em poucos dias a Leticia visitaria a Miriam para
cobrar o restante da trama.
Miriam insistiu que Leticia não contasse para Estevam sobre seu
problema, pois tinha medo de que a aproximação dele com meu personagem, ele
pudesse contar o que acontecia, foi uma excelente desculpa, pois assim
saberíamos se eles agiam juntos ou separados.
Como prevíamos, após saberem da viagem do meu personagem,
Leticia ligou para Miriam e marcou um jantar no apartamento, pois ela desejaria
descortinar e relatar toda a visão espiritual do trabalho apresentado.
Preparamos todo o apartamento com câmeras ocultas e microfones
aptos a captarem toda a reunião que haveria no apartamento.
Marcamos as 19 horas de uma sexta-feira, Miriam a receberia na
sala, eu e outro detetive assistente de nome Marcos, aguardávamos no quarto de
onde monitorávamos as câmeras e o áudio, e estávamos preparados para intervir
caso fosse necessário, neste momento não saberíamos o que poderia acontecer.
Na hora marcada, Leticia anuncia a sua chegada pelo interfone do
prédio, o porteiro anuncia a sua chegada, ela sobe e adentra ao apartamento,
Miriam demonstra-se muito abatida e preocupada, a convida para sentar e
confessa que não haverá “jantar”, apenas o encontro, assim que se acomoda
Leticia toma a palavra:
-Miriam, seu caso e muito grave o seu esposo Amauri está muito
envolvido com as sombras, mas a nossa corrente e muito forte e o afastou das
tentações, os espíritos fizeram com que ele fosse viajar, para cuidarem dele
mais de perto, envolvendo-o de forma eficaz, para que ele nunca mais a faça
sofrer. - Concluiu.
Miriam explorou o fato de ter sido indicada por Franciele e
perguntou a Letícia sobre o valor pago pela amiga, teve a confirmação dos 20
mil dólares, e ela ainda garantiu que a amiga estivesse muito feliz e em viagem
para os EUA.
Assim, com as provas gravadas, minha assistente arrematou:
-Minha amiga – prosseguiu a Miriam – agradeço muito o que fez,
mas eu analisei e compreendi que não posso continuar com isso, na verdade ele
nem vale a pena, o dinheiro que temos e todo meu, propriedades de família e
todos os nossos negócios são meus, prefiro me separar dele e deixa-lo sem nada,
assim devo me desculpar e dizer que não precisa mais fazer nada; agradeço de
todo o coração e peco que pare tudo agora.
Neste momento, Leticia transforma-se, ela tomada de um acesso de
raiva, diz:
- Não e assim que se faz, não se pode parar um trabalho destes,
assumimos um compromisso com entidades trevosas que exigem o pagamento a
qualquer custo e não vou sair daqui sem o dinheiro que me prometeu.
- Não vou pagar – disse Miriam se mostrando nervosa e
apreensiva, prosseguiu – não me interessa mais este trabalho e quero parar por
aqui, se os seus espíritos querem prejudicar a ele, vão em frente, acabem com
ele, esse maldito merece, agora pode ir embora, estou com dor de cabeça –
concluiu.
Neste momento Leticia, levantou-se e raivosamente explicou:
-Se você insistir em não pagar, estes espíritos irão atrás de
seus filhos e netos e acabarão por destruir a sua família, pois eles não
toleram caloteiros; eles irão destruir a sua vida, e não poderei fazer mais
nada para lhe ajudar.
Miriam levantou-se e foi em direção da porta, abriu e pediu que
Leticia se retirasse, obviamente antes dela se retirar o agente Marcos havia
descido e fotografado o marido Estevam aguardando por Leticia em seu carro.
Havíamos gravado e registrado toda a conversa, e a partir daí,
ficou claro o que ocorreu com Franciele, deduzimos que ela foi induzida a crer
que Pablo tinha um romance com Leticia e encomendou o “trabalho espiritual
especial” com Estevam, quando arrependeu-se foi extorquida pelo pastor a lhe
entregar os vinte mil dólares que sumiram do cofre, e não tinha mais coragem de
contar o ocorrido ao seu marido Pablo.
Descemos e ainda pudemos registrar quando o Estevam abre a porta
e a Letícia adentra ao carro.
Imediatamente, marcamos uma reunião com o Pablo para lhe
entregar as provas e conclusões do trabalho e inclusive sugerir que se ele
concordasse, deitaríamos a mão da justiça sobre o casal de malfeitores.
Adiantamos sempre, o andamento da investigação aos nossos
clientes, e para a nossa surpresa no dia e horário aprazado ele comparece ao
nosso escritório em companhia da esposa Franciele.
Desta feita, com um semblante mais calmo e tranquilo, ou seja,
eles haviam se harmonizado.
Os recebemos e ela confirmou as nossas suspeitas, ou seja, ela
havia sido vítima de extorsão, por ameaça de magia negra, contudo desejava
esquecer o assunto e não fariam queixa policial.
Pablo marcou uma reunião com o presidente da referida igreja,
obviamente ele não possuía nenhuma ligação com os malfeitores e suas práticas,
passo a descrever abaixo esta reunião que muito nos marcou pelo procedimento do
presidente e as suas atitudes.
Marcamos para as 10 horas da manhã de terça feira, em um luxuoso
escritório na avenida Faria Lima, bairro elegante de São Paulo, chegamos dez
minutos antes e permanecemos na sala de espera, eu a Miriam e o Pablo,
escutamos um helicóptero pousar no heliporto do edifício, na hora marcada uma
secretaria nos convida a adentrar em uma sala de reunião, adentram a sala
quatro homens, todos muito bem trajados com ternos caros e elegantes, o
presidente da Igreja-Empresa, vamos chama-lo de Carlos, apresenta-se muito
cordial e simpático, apresenta os outros como advogados e diretores, e nos
indica o lugar para sentarmos na mesa de reuniões, Carlos toma a palavra:
-Bom dia a todos, sem mais delongas eu sei o assunto que os
trazem hoje aqui, peço que sejam sucintos e me relatem com exatidão tudo o que
apuraram com relação aos pastores Estevam e Leticia.
Levantei-me, me apresentei e tomei a palavra, não sem antes
entregar ao Carlos o relatório final de serviços, que além de todo o ocorrido
impresso acompanhava-se de uma mídia com todas as fotos, vídeos e áudios de
toda a operação.
Ele abriu a pasta e folheou atentamente toda a história,
deteve-se na conclusão e teceu algumas dúvidas e considerações. Presumimos que
ele compreendeu e ficou satisfeito com as informações recebidas, por fim
desculpou-se em nome da Igreja, e assegurou que Pablo receberia o dinheiro pago
aos malfeitores e prosseguiria normalmente com a obra combinada e que tomaria
todas as providências no âmbito interno para que estas atitudes não mais
ocorressem em seus domínios.
Claro que mesmo com o caso encerrado, permanecemos atentos a
possíveis represálias do casal malfeitor, acompanhamos que imediatamente
deixaram a igreja, mudaram da sua residência, venderam os carros e motos que
possuíam e nunca mais foram vistos em terras paulistas.
Nosso cliente e amigo Pablo, refez seu casamento e reside
atualmente em Buenos Aires, de onde faz muita questão de nos receber e nos
acompanhar aos excelentes shows de tango da capital platina.
Quanto a ameaça
espiritual, confesso que acredito compartilho uma frase que reproduzo abaixo:
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