9 -DETETIVE PARTICULAR INVESTIGA “BOA NOITE CINDERELA”.
09 -DETETIVE PARTICULAR INVESTIGA “BOA NOITE
CINDERELA”.
Nestes anos todos dedicados as investigações particulares, temos
alguns casos que ultimamente nos tem chamado a atenção, pela sua frequência e
aumento nas estatísticas policiais; acrescentamos ainda que em nossa
preocupação em relata-los, contando e comentando, esperamos ajudar as pessoas a
prevenirem-se contra os malfeitores e de alguma forma tornar, além de
interessante, muito útil aos leitores e amigos os nossos trabalhos e contos.
Estávamos em Marco de 2017, nosso ano realmente começa aqui na
capital paulista; época em que terminam as férias escolares e a rotina
exaustiva da sobrevivência diária volta aos lares e ocupa a vida das pessoas.
Não é exagero afirmar que a maioria dos casos extraconjugais e
desvios empresariais se iniciam ou intensificam nesta época do ano, do lado
empresarial e quando são notadas as primeiras estatísticas de prevenção de
perdas e ajustes financeiro e auditorias fiscais, no campo sentimental e quando
os cônjuges se voltam para sua rotina e despertam-se as carências afetivas.
A história que vamos relatar, e de um cliente chamado Nelson 50
anos, que tem como profissão advogado tributarista de uma grande empresa, após
25 anos de casado, percebeu que a sua esposa Sonia 48 anos, o estava traindo.
Fomos contratados e após uma breve investigação descobrimos que
a Sonia mantinha um romance com um gerente do Banco comercial que ela
trabalhava; enfim nada que nosso cliente não superasse e em breves dias houve a
separação consensual.
Esta transição de vida e comportamento, nem sempre e fácil para
os nossos clientes, observo aos leitores e amigos que aqui começa a nossa
história propriamente dita.
Relatório entregue, separação realizada, nosso cliente embora
triste com as descobertas ficou muito satisfeito com o nosso trabalho e após um
mês voltou a nos procurar relatando o seguinte fato:
-Seu Amauri, volto a procurá-lo pois me vejo com outro grande
problema e preciso dos seus serviços; a história e a seguinte:
- Como e do seu conhecimento, após a minha separação eu comprei
um flat na região do Tatuapé e passei a residir sozinho, mas para quem foi
casado por tantos anos, descobri que não e tão fácil ser solteiro novamente,
não tenho muitos amigos, ainda mais na minha idade e senti a necessidade de
conhecer festas e bares. Em uma destas festas com alguns amigos, conheci uma
mulher muito linda chamada Ellen , que aparenta seus vinte e poucos anos,
apresentou-se como modelo e conversamos por muitas horas, bebemos no barzinho e
percebi que havia passado da conta e simplesmente apaguei na mesa, meus amigos
me encontraram sozinho e dormindo, me acordaram e como eu estava a passar muito
mal, me levaram para casa; no dia seguinte constatei compras com meu cartão de
debito e credito que somadas chegaram a 3 mil reais; nem preciso observar que
por serem operações bancarias mediante o uso de senha, este foi o primeiro
prejuízo; contudo a imagem de Ellen não me saia da cabeça, seria ela que junto
aos malfeitores acabaram por me pilhar. Preciso saber a verdade, quero que
encontre a Ellen, não para saber do que me foi roubado, mas preciso saber que
ela realmente teve algo a ver com o furto, ou se foi apenas uma vítima da
situação; preciso esclarecer isso urgentemente.
Ao aceitarmos o caso e iniciarmos a investigação, começamos pelo
mais logico, o celular do Nelson havia sido levado, mas ele estava regulado
para quando tirasse fotos, armazena-las em sua conta icloude; ou seja, tivemos
acesso as fotos tiradas na noite e através delas, pudemos enfim retratar a Ellen e seus amigos.
Em posse destas informações, fomos ao barzinho onde passamos
pelo menos uma semana investigando e esperando que ela retornasse, fato que se
deu em uma sexta feira, bem quente e chuvosa, a observamos juntamente com
outras três garotas tentaram o mesmo golpe, desta feita em um grupo de quatro
rapazes, mas não obtiveram êxito, pois estes já familiarizados com a situação,
negaram-se gentilmente a dividir bebidas, e mesmo quando duas delas foram a
pista de dança, com dois dos rapazes pelo menos um permaneceu sem beber e de
olho nas bebidas dos amigos; assim quando perceberam que seria impossível
aplicarem o famigerado golpe, acabaram por irem embora. Seguimos Ellen ao seu
carro e depois ao seu apartamento situado em um condomínio de classe média no
bairro da Mooca em São Paulo.
Apuramos que seu verdadeiro nome era Cleide Aparecida, e era
casada e vivia com o marido e duas filhas, de dia trabalhava como balconista de
uma rede varejista de produtos de beleza, no mesmo bairro; não havia dúvidas do
seu comportamento e relatamos ao nosso cliente, inclusive o modus operante da
sua quadrilha que consistia em colocar sedativo chamado popularmente de “boa
noite cinderela” nas bebidas das vítimas e delas subtraírem seus pertences e
dinheiro realizando débitos em contas preparadas.
A investigação foi detalhada e entregue ao cliente Nelson, que
ao saber dos detalhes resolveu ir ao local de trabalho da Ellen (ou Cleide) e
conversar com ela; nosso trabalho havia acabado.
Para a nossa surpresa fomos procurados por Nelson, novamente
depois de 10 dias e nos reportou que havia ido falar com ela e compreendera os
motivos a levavam a cometer os delitos, disse ele que ela era casada com um
marginal de nome Pablo e que ele, sendo o seu comparsa a obrigava a cometer os
crimes e ficava impreterivelmente com o dinheiro arrecadado; que ele se
sensibilizara com a situação de Ellen e que iniciara um romance.
Pediu que apurássemos a ficha criminal de Pablo, pois ela já
frequentando seu apartamento prometeu acabar com o seu casamento e que
apaixonada ficaria de vez com o Nelson.
Ao iniciarmos a investigação apuramos que Pablo, na verdade era
ex-marido de Ellen, e que nem mais residia no Brasil, contudo em posse das
informações contatamos o Nelson para lhe passar as informações apuradas e
marcamos para um dia de segunda feira.
Na data aprazada o Nelson veio ao escritório e ao saber das
nossas investigações, nos relatou a seguinte situação:
-Cai de novo – falou Nelson
-Sábado último, ela foi ao meu apartamento, eu já havia entregue
a chave a autorização de entrada, chegou a noite, trouxe um bom vinho, jantamos
e fizemos planos para o futuro e eu novamente simplesmente apaguei; desta vez
ela sozinha levou dinheiro, celular, eletrônicos, minha coleção de relógios,
joias, tvs e tudo que eu tinha e que podia ser transportado, ao acordar deparei
com o apartamento vazio. Fui imediatamente a casa dela e encontrei a casa
vazia; hoje pela manhã fui ao trabalho dela e ela havia se demitido há pelo
menos uma semana, a escola que ela dizia que seus filhos estudavam nunca a
tinham visto por lá; enfim cai novamente na mesma armadilha.
Indagamos se ele desejava que a encontrássemos novamente ou que
levássemos o ocorrido a polícia; ele pediu que não e que desejava que esquecêssemos
tudo e que ele havia aprendido uma grande lição.
Como dizia o grande poeta Victor Hugo “Quem poupa o lobo,
sacrifica as ovelhas”.
Concluímos neste caso que muitas pessoas são o que são;
invariavelmente podem mudar? contudo será sempre nossa obrigação saber, sentir
e traçar o nosso destino.
FIM....
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