24 – UMA PAIXAO PERIGOSA.



24 – UMA PAIXAO PERIGOSA.



Mais uma manhã de trabalho no escritório da Baker Street, quando recebemos um telefonema de um cliente que gostaria que acompanhássemos um caso de vandalismo e destruição de propriedade, acertados os detalhes eu e minha assistente Miriam nos dirigimo-nos ao local dos fatos.
O local um charmoso condomínio num bairro elegante de São Paulo apenas dez andares com um apartamento por andar, ou seja, um condomínio de alto padrão, ao chegar ao local procuramos a Sra. Lúcia uma mulher morena de cinquenta anos muito bonita e bem vestida que trabalhava com diretora financeira de uma conceituada Empresa do ramo de varejo aqui em São Paulo que nos havia contratado e iniciamos o seguinte diálogo:
-Bom Dia Lúcia, aqui estamos em que podemos auxiliá-la?
-Bom Dia me acompanhem a nossa garagem, pois algo muito estranho aconteceu com um de meus carros, vejam vocês mesmos.
Ao chegarmos a garagem deparamos com um auto de luxo BMW X6 um carro com um valor médio de mercado na casa de 450 mil reais, totalmente vandalizado alguém o havia riscado e martelado a sua carroceria quebrado os vidros e espelhos e lanternas rasgado os pneus e grafado em seu capo a seguinte inscrição:
“CACHORRO VOCE PENSA QUE PODE ME USAR E DESCARTAR
EIS UMA DEMOSNTRAÇAO QUE FAREI COM SUA VIDA !!”
Assim ela passou a nos esclarecer a situação:
-Sou casada com o Wanderlei, empresário do ramo metalúrgico, há mais de trinta anos, temos dois filhos com dezoito e vinte anos que residem conosco, ambos solteiros, estudantes e muito corretos, no entanto meu marido, a vinte dias que me presenteou com este carro de luxo, o mais incrível é que nestes trinta anos de casamento sempre vivemos muito bem, jamais tive qualquer motivo para suspeitar de sua conduta até hoje e é exatamente isso que desejo que vocês investiguem quero saber quem e porque fizeram isto com meu carro, o que farão agora? Estou desesperada e pedi a segurança do condomínio sigilo absoluto quanto ao ocorrido eles disponibilizarão as imagens das câmeras de segurança, embora já lhe adiante que na vaga do referido veículo não há câmeras de segurança apenas nas entradas e saídas do condomínio e estacionamento.
Entramos em contato com segurança do Condomínio que nos mostrou as imagens da data e do período do ocorrido onde colhemos algumas placas e veículos para iniciarmos a investigação, observando ainda o Sr. Wanderlei indagado a respeito pela esposa jurou absoluta fidelidade desconhecendo qualquer motivo que o ligasse ao incidente inclusive autorizando-a a nos contratar para a investigação.
No dia seguinte, marcamos uma hora e fomos ao escritório do Sr. Wanderlei que nos recebeu cordialmente e respondeu algumas questões da maneira que passamos a descrever.
Chegamos ao escritório situado em um elegante prédio comercial na região da Vila Madalena em São Paulo e fomos prontamente atendidos pela sua secretária que nos encaminhou a uma elegante sala de reunião, em instantes o Sr. Wanderlei, um homem de cinquenta e poucos anos, elegante e bem trajado nos recebeu e com o qual travamos o seguinte diálogo:
- Bom Dia, senhor Wanderlei o senhor sabe o assunto que nos trouxe até aqui, assim gostaríamos que nos contasse se tem ideia do motivo pelo qual atentaram contra o carro de sua esposa e como pode saber esta situação poderá explodir em grave ameaça à segurança de toda a sua família.
- Bom Dia, deixa-me esclarecer sou um Empresário bem-sucedido e nunca tive um relacionamento extraconjugal se é isso que querem saber, nem possuo segurança particulares ou departamento de segurança em minha Empresa, nunca precisei e não possuo inimigos que pudessem querer mal, ou tenham motivos para atentar contra minha pessoa. Espero que investiguem com afinco o fato e me coloco à sua inteira disposição para esclarecermos o ocorrido de uma vez, nem preciso dizer que essa situação tem nos afetado com muita intensidade.
Saindo do escritório do Sr. Wanderlei optamos por intensificar a vigilância sobre ele e apurar as suas relações pessoais em busca de uma possível amante abandonada, sem, contudo, deixar de investigar os veículos que adentraram ao condomínio na data dos acontecimentos.
Nos dias que seguiram observamos que o Sr. Wanderlei era muito dedicado à sua Empresa a sua esposa e aos seus filhos não havendo nenhuma ligação que demonstrasse uma relação extraconjugal aparente.
Estendendo nossa averiguação aos veículos que entraram no condomínio naquela data observamos que um de seus vizinhos, de nome Fabricio, que residia no mesmo condomínio também possuía um veículo idêntico ao que foi vandalizado (ano, cor e modelo) contudo na data especifica ele encontrava-se viajando para os EUA e seu carro havia ficado estacionado no aeroporto de Cumbica, não retornando até a presente data.
Para a nossa surpresa um dos veículos (autorizado anteriormente pelo Sr. Fabricio) havia adentrado ao condomínio na noite do crime e que estava registrado em nome de Priscila, nos levando a crer que ela seria a autora do delito. Assim através de uma busca nos registros policiais descobrimos que uma mulher de nome Priscila havia prestado queixa contra o Sr. Fabricio por ele tê-la agredido e abandonado após um longo relacionamento extraconjugal (inclusive possuíam um filho).
Identificamos o contato do Sr. Fabricio nos EUA mais precisamente na cidade de New York e o contatamos por telefone, e após nos apresentarmos e relatarmos o ocorrido obtivemos a seguinte explicação:
-Ah, então era isso que aquela ordinária estava dizendo, essa mulher é louca e me telefonou naquela data e me perguntou se eu havia ficado satisfeito com meu carro novo, disse-lhe que sim e ela me perguntou se eu não dava dinheiro a ela, mas tinha dinheiro para viajar aos EUA e para comprar um carro novo, eu disse que sim, então ela me disse que havia “quebrado” todo meu carro na garagem do meu condomínio; eu lhe disse que ela deveria estar mais louca ainda, pois meu carro novo não estava lá, instante que ela muito irritada passou a gritar e chorar e desligou o telefone. Logo que terminamos o contato o Sr. Fabricio, ele ligou imediatamente para a Sra. Lucia e assumiu todo o reparo do veículo de nossa cliente e as demais despesas e pediu que não formalizasse a queixa policial.
Nossa cliente voltou as pazes com seu marido e concluímos assim, que todo o caso não passou de um acaso chamado PAIXAO PERIGOSA e que como nada acontece por acaso, nossos amigos Lucia e Wanderlei puderam compreender que nada é melhor que a verdade e que nossos atos bons ou maus sempre serão nossos advogados no tribunal de nossas vidas.
Fim.

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